segunda-feira, 7 de janeiro de 2013


06/01/2013 12h26 - Atualizado em 06/01/2013 12h26

'De volta ao inferno', Diogo Silva tem 



Olimpíadas como meta pessoal

Lutador chegou a questionar a participação nos Jogos do Rio de Janeiro após perder medalha em Londres, mas garante que buscará vaga

Por Bruno GutierrezSantos, SP
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Diogo Silva taekwondo sesc santos (Foto: Bruno Gutierrez / Globoesporte.com)Diogo Silva: Olimpíadas 2016 como meta pessoal
(Foto: Bruno Gutierrez / Globoesporte.com)
O lutador de taekwondo Diogo Silva garantiu que irá buscar uma vaga para a disputa das Olimpíadas em 2016, no Rio de Janeiro. Em agosto do ano passado, o atleta chegou a dar uma declaração dizendo que 'teria que passar pelo inferno que já passou e que não sabia se tinha peito para aguentar tudo isso'. Entretanto, a briga por uma medalha olímpica passou a ser uma meta pessoal.
- Estou com uma visão totalmente diferente porque tornei isso uma meta pessoal. Eu tenho uma necessidade de provar a mim mesmo que eu ainda não cheguei no topo e que posso conquistar mais do que eu consegui.
O fato de lutar no Brasil também auxiliou Diogo na mudança de postura em relação aos jogos olímpicos. Para ele, é uma motivação a mais para entrar no tatame.
- Competir no Brasil faz todo o tipo de opinião mudar. Se tivesse que lutar em outro país possivelmente não teria vontade. Se for treinar só por treinar, você não consegue. Tem que amar o que você faz, gostar e sentir prazer de acordar todos os dias e fazer a mesma coisa. O fato de ser no Brasil me motiva e a torcida está me pedindo muito para continuar até 2016. Eu acho que tenho que cumprir essa meta. Se eu alcançar e conseguir a vaga para as Olimpíadas de novo, eu vou fazer da melhor forma possível, como foi em Londres.
Apesar de estar motivado para a próxima Olimpíada, o lutador ressalta que ainda guarda sequelas da perda da medalha em Londres. Para ele, é um processo lento, pelo qual ele ainda está atravessando.
- O trauma dos jogos olímpicos é muito grande e as sequelas ficam durante um bom tempo. Então, esses últimos seis meses após agosto, eu fiz um processo de digestão de tudo que foi a Olimpíada. Porque não é só a competição, são quatro anos de preparação. É uma digestão lenta e eu ainda estou nesse processo.
De olho no futuro
As Olimpíadas de 2016 irão encerrar o ciclo de Diogo Silva como lutador profissional. Ele garantiu que os jogos do Rio de Janeiro marcarão sua despedida dos tatames. Mas, o atleta não pretende se afastar do esporte. Para isso, ele tem estudado. Uma das vertentes cogitadas é a função de gestor.
- Estou estudando gestão esportiva e preparando a minha transição para quando eu terminar a minha carreira. Em 2016 eu completo tudo que eu precisava dentro do esporte, fazendo parte dos jogos olímpicos ou não. Pretendo trabalhar com esporte, mas ainda não sei em qual segmento. Estou estudando gestão para saber se alguém que trabalhou tão ativo consegue ficar dentro de um escritório. Então, eu ainda vou ter esse feeling de como que é o trabalho, os horários, como é ter um patrão, um chefe. Aqui o chefe sou eu mesmo, eu que tenho que treinar (risos).
Orgulho pela carreira
Apesar de sentir ainda a perda da medalha olímpica, o lutador não esconde a satisfação pela carreira construída. Diogo Silva é um grande colecionador de medalhas e grandes resultados para o taekwondo brasileiro.
- Eu sei que foram ótimos resultados. Tenho a melhor carreira masculina da modalidade até o momento. Foi brilhante. Não tenho nada do que reclamar.
As diversas conquistas fizeram com que o paulista de São Sebastião, litoral norte de São Paulo, se tornasse uma referência no esporte. Ao lado de Natália Falavigna, carrega o peso de ser o grande nome brasileiro do taekwondo, o que para ele é um prazer.
- Poder se destacar entre milhões, é uma satisfação. Sempre que falamos, contestamos algo, as pessoas escutam. Tem um peso grande, que serve para motivar, mas também serve para derrubar. É uma responsabilidade grande, temos que tomar cuidado quanto a isso, mas acho que é um grande prazer fazer o que a gente faz.